Canal aberto de discussão sobre os fatos, progresso, idéias, problemas do mundo do software open source.

30 julho 2005

Open Source Convention 2005 e LinuxWorld 2005

Nas próximas duas semanas, dois dos maiores eventos de SL/CA (software livre/código aberto) acontecerão nos EUA. O primeiro é o O’Reilly Open Source Convention (OSCon) 2005, organizado pela O’Reilly na cidade de Portland, Oregon, EUA, que começa na próxima segunda-feira, dia 01 de agosto e termina no dia 05 de agosto. O segundo evento, indo do dia 08 a 11 de agosto é o LinuxWorld 2005, organizado pela IDG World Expo na cidade de São Francisco, Califórnia, EUA. Uma grande novidade mostrando a tendência atual em SL/CA é uma trilha especial da OSCon chamada “Open Source Business Review”, que é uma parte da conferência para o nível de executivos (CXO e gerentes de TI). Ela abordará as necessidades desse público ao ter sessões com executivos que gerenciam empresas que estão atuando em algum modelo de negócios de SL/CA ou que implementaram SL/CA em suas organizações. Entre os diversos assuntos discutidos, notamos um foco em gerenciamento de risco do SL/CA, maturidade do software livre, tendências futuras de licenciamento e desktop Linux. Muitas novidades estão por vir nessas duas grandes conferências. Grandes empresas, fundações e projetos independentes estão prometendo lançamentos de produtos, novas versões ou mudanças de posicionamento estratégico nessas próximas duas semanas. Estaremos nos dois eventos, aguarde mais notícias em breve nesse blog!

28 julho 2005

Código aberto é apenas o princípio ativo.

Muito tem se falado sobre o impacto do software livre e de sistemas de código aberto. Nos últimos anos presenciamos "batalhas" emocionais entre os que defendem esses princípios e os que a combatem. Deixando de lado as emoções, podemos constatar que os dois lados têm razão. Mas como assim? Simples, os dois lados falam sobre o mesmo assunto, mas com ângulos diferentes. Enquanto os defensores do modelo de SL/CA (software livre/código aberto, apenas para usar o neologismo do último estudo do Softex sobre assunto) defendem seu modelo com o viés social os seus detratores buscam explicações comerciais para suas justificativas. A conclusão é, também, simples: não há como ganhar dinheiro com software livre apenas vendendo software. E não há quem consiga provar o contrário, visto que o modelo baseia-se na distribuição gratuita em cadeia. Simplesmente não dá. E aqui os detratores do modelo têm razão. Mas o que esses mesmos detratores se esquecem é que o modelo de software de caixinha está cada vez mais fadado a desaparecer. O modelo "one size fits all" começa a desaparecer (com a breve exceção Microsoft). As empresa de código fechado temem o que realmente está por trás do movimento SL/CA: a quebra do "establishment", do "status quo", da "panela", que existe hoje entre as empresas de código fechado. E é exatamente aí que o modelo SL/CA irá fazer a diferença. Não do ponto de vista técnico (aliás a grande maioria dos SL/CA tem menos poderio que seus equivalentes de código fechado, vide Photoshop vs. Gimp, ou MySQL vs. Oracle), mas sim do ponto de vista mercadológico. O que começou com o compartilhamento de código para a confecção de device drivers, já está entrando na seara de aplicações de negócio, ou seja, começamos a ver empresas e indivíduos criarem aplicações sofisticadas para CRM, ERP, gestão estratégica, entre outras. Diferente de aplicações de infra-estrutura, como banco de dados e sistemas operacionais, esses tipos de aplicações necessitam de uma enorme quantidade de serviços de consultoria para sua implementação, além, é claro, do próprio software na forma de licenças de uso. As empresas que o produzem optaram por terceirizar esses serviços de implementação, ficando para si apenas com a receita das licenças. E os clientes pagam pelos dois (software e implementação). No caso do modelo SL/CA, os clientes não pagam necessariamente pela licença (portanto quebram o status quo dessas empresas) e os custos de implementação têm se mostrado muito menores. Portanto a diferença entre implantar um sistema fechado e um SL/CA, nesses cenários, não está no esforço técnico, mas sim no financeiro. É por isso que as empresas se código fechado se anteciparam para tentar provar que SL/CA tem custos escondidos e no fim do dia são mais caros. Mas isso ainda temos que ver. Mas uma coisa é certa, o remédio "faz-mais-e-custa-menos" não tem contra-indicações e todo mundo gosta, pois o sabor é delicioso. E nos dias de hoje o princípio ativo desse remédio é o código aberto.