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05 agosto 2005

Banco de Dados Ingres com o Código Aberto

Hoje tivemos uma keynote na Open Source Convention 2005 com Tony Gaughan, Vice-Presidente Sênior da Computer Associates. Ele diz que a empresa se tornou mais competitiva ao abrir o código-fonte pois, entre outros, permite que haja uma avaliação melhor do seu projeto, já que está livre para ser obtido e instalado Como observamos ao longo de toda a convenção, os custos de vendas e distribuição acabam sendo diminuídos com o open source, e isso é algo que interessa para as empresas. Algumas questões como se abrir o código não era uma forma de se ver livre do suporte ao produto - que, por sinal, tem o seu código base datado dos anos 70 - foram levantadas e rapidamente repudiadas por Gaughan, que citou a existência de uma grande quantidade de desenvolvedores open-source, além do desafio de 1 milhão de dólares proposto pela CA para o Ingres. A questão que naturalmente fica é se realmente vai surgir alguma comunidade open source dando suporte a tais produtos. Mas a vantagem de se ter acesso ao código certamente é interessante para qualquer cliente, de forma a se diminuir o chamado "lock-in". Uma das questões também levantadas por Gaughan foi sobre licenças. A Mozilla Public License (MPL) é uma das preferidas por projetos open-source, como estamos observando aqui em Portland. Contudo, principalmente por estar associada a Mozilla Foundation em seus termos (e não ser uma licença genérica), ela acaba sendo copiada e mudada de nome para servir a empresa/produto a qual se relaciona. Além disso, a MPL não é uma licença internacional. Um exemplo desses é a Sugar Public License do Sugar CRM, baseada na MPL. A sugestão de Gaughan é que tenhamos licenças modelos (template licenses) e que existam licenças internacionais. Ponto interessante. Só para contar, a licença da CA para o Ingres é baseada na Open Source License e se chama CA Trusted Open Source License e é certificada pela Open Source Initiative. Baseado em avaliação feita em sessão aqui na OSCon sobre o estado dos bancos de dados (e não em uma avaliação técnica mais profunda), o Ingres parece estar em um estado bastante maduro, dando-nos a impressão de ser mais robusto do que o MySQL, que foi apresentado pelos seus fundadores. O Ingres foi disponibilizado em código aberto em Agosto de 2004.